quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Despertar contra a austeridade

É uma leitura europeia da crise das dívidas soberanas.
É um diagnóstico cru que acaba por assumir contornos exagerados de enorme mea culpa da esquerda europeia, nomeadamente no que toca aos exageros da despesa pública.
É uma tentativa de apelar à unidade europeia.
Não é uma solução, mas talvez possa ser um primeiro contributo para a mudança de linha de alguma esquerda que não esconde a vergonha do seu passado.
Emprega demasiadas fórumlas futuristas, esquecendo que, para alguns países, entre os quais o nosso, o futuro é agora.
Vale o que vale, mas tem, a meu ver, o grande mérito de despertar algumas belas consciências adormecidas.

http://www.lemonde.fr/idees/article/2012/02/21/comment-contrer-l-europe-de-l-austerite_1646245_3232.html

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Regresso

Muita coisa mudou desde que aqui escrevi pela última vez. Volto provavelmente porque não encontrei ainda melhor forma para uma emigrante como eu se sentir próxima da sua terra do que escrever sobre e para ela.

Este é o início de um novo capítulo. Se antes escrevia com raiva contra ventos de mudança que apenas se adivinhavam, hoje escrevo com tristeza.

Tristeza por estarem a impor-nos, como se não houvesse alternativa, um dogma ultra-liberal, em jeito de profissão de fé, de redenção pelos nossos pecados colectivos, em que tão culpado é o que fez como o que deixou que fizessem.

Tristeza porque não há mesmo quem apresente o que se possa assemelhar a um alternativa: à caridade, à sopa dos pobres, à emigração forçada, à contabilidade pública erigida em Deus maior, à pobreza extrema dos que nos governam e daqueles que nos querem vir a governar.

Pois eu acredito que há alternativa. Uma alternativa responsável, razoável, assumidamente contra este apoucamento do Estado, da sociedade e do indivíduo. Sem medos.