Muita coisa mudou desde que aqui escrevi pela última vez. Volto provavelmente porque não encontrei ainda melhor forma para uma emigrante como eu se sentir próxima da sua terra do que escrever sobre e para ela.
Este é o início de um novo capítulo. Se antes escrevia com raiva contra ventos de mudança que apenas se adivinhavam, hoje escrevo com tristeza.
Tristeza por estarem a impor-nos, como se não houvesse alternativa, um dogma ultra-liberal, em jeito de profissão de fé, de redenção pelos nossos pecados colectivos, em que tão culpado é o que fez como o que deixou que fizessem.
Tristeza porque não há mesmo quem apresente o que se possa assemelhar a um alternativa: à caridade, à sopa dos pobres, à emigração forçada, à contabilidade pública erigida em Deus maior, à pobreza extrema dos que nos governam e daqueles que nos querem vir a governar.
Pois eu acredito que há alternativa. Uma alternativa responsável, razoável, assumidamente contra este apoucamento do Estado, da sociedade e do indivíduo. Sem medos.
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