Não tenho por hábito ler programas eleitorais, mas este ano que o seu lançamento coincidiu com um período de férias em que me muni parcamente de leituras, admito que até pode ser um exercício quase tão relaxante como os 'Patinhas' que a minha mãe só me deixava ler na praia.
Depois de uma passagem pelos panfletos do BE, que recomendo para quem gosta de BD barata no universo do fantástico, com propostas tão assertivas como irrazoáveis, como seja a política de nacionalizações em massa, chega o tão ansiado volume do PSD, que só peca mesmo por não ter bonecos.
E não os tem porque os bonecos somos nós. Bonecos que eles prometem emancipar do Estado, para depois poderem acabar, sem remorsos, com o papel do Estado num desenvolvimento económico e social mais justo. Daí o novo conceito de 'desenvolvimento económico, social e pessoal'. Formem-se e enriqueçam-se pessoalmente os que podem - sim, que além do conceito, não encontro lá nada de concreto para a sua implementação e muito menos para a sua generalização -, que o Estado não está cá para sustentar malandros.
Não está mal pensado, mas podiam ter feito melhor. Bem dizia o meu professor da primária que o uso abusivo de advérbios de modo denota pobreza de ideias. Do positivamente ao intoleravelmente, designadamente, estão lá muitos.
Mas, em abono da verdade, eles avisaram.