Isaltino Morais foi condenado a sete anos de prisão efectiva e perda de mandato. Irá recorrer, obviamente, o que fará com que a sentença, a ser confirmada, só o será daqui a alguns anos. Mas mais do que a decisão judicial, que não transitou em julgado e que me abstenho de comentar, importa pensar nas consequências políticas.
Desde logo, para o próprio. Isaltino não tem condições políticas para permanecer na política activa, pelo que se deve demitir e não se candidatar às próximas eleições. O PSD esfregaria as mãos de contente, porque recuperaria a Câmara de Oeiras. A bem da democracia, é isso que deveria acontecer, pois a democracia não é apenas eleições, é também respeito pelos cidadãos e pelos órgãos de soberania, neste caso da justiça.
Para o PSD a decisão não podia ter ocorrido em pior altura, mas por responsabilidades próprias. É que esta direcção do PSD não só não deu seguimento à proposta feita pelo próprio partido nos tempos da liderança de Marques Mendes, que proibiria a candidatura de pessoas acusadas por crimes exercidos durante os seus mandatos, como ainda por cima incluiu nas listas de deputados António Preto e Helena Lopes da Costa, ambos acusados em processos-crime.
Manuela Ferreira Leite tem agora de resolver o problema. A primeira hipótese seria excluindo esses candidatos das listas. Mas como é que justificaria essa exclusão? Se fosse consequente com o seu discurso moralista implícito no slogan "Política de verdade", teria de assumir que essa exclusão era apenas porque as pessoas tinham reparado na inclusão desses candidatos e ela tinha medo de perder votos com isso.
Mas para todas as coisas há sempre alternativa. Podem ser os candidatos a auto-excluirem-se, evitando que tenha de ser a líder a fazê-lo. Querem apostar que é isto que vai acontecer?
Mas mesmo assim, valerá a pena perguntar a Manuela Ferreira Leite porque é que escolheu esses candidatos.
terça-feira, 4 de agosto de 2009
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário