terça-feira, 8 de setembro de 2009

"Fuck them", senhor presidente do Governo Regional da Madeira?

Os portugueses costumam olhar para Alberto João Jardim com uma tolerância especial. É habitual dizer "ele é mesmo doido", mas encolher os ombros perante os disparates que diz. Desta vez, como de outras, foi longe demais.

Tendo mandado foder (porque o seu mau inglês não retira significado às palavras que proferiu) todos aqueles que se preocupam ou criticam o facto de Manuela Ferreira Leite ter usado meios do estado (um carro do Governo Regional) para fazer campanha eleitoral, agora insultou-me a mim. E isso eu não aceito. Como não sou mal educado como esse senhor não o mandarei também foder.

Presumo que a maioria dos portugueses, incluindo o Presidente da República (que se costuma preocupar com o uso indevido dos bens públicos), também não o mandarão foder. Mas sentir-se-ão insultados.

Manuela Ferreira Leite tem agora a oportunidade de demostrar que tem coluna vertebral, que o seu discurso sobre a seriedade na política tem algum significado para ela. Mas parece que nada fará.

Há alguns meses eu acreditava que essa postura era autêntica, que Manuela Ferreira Leite era uma mulher com um verdadeiro sentido de seriedade e verticalidade política, mas concluo agora que essa imagem que muitos tínhamos dela era sobretudo por não a conhecermos bem. É que todos sabíamos quem era, mas na verdade só conhecíamos aquilo que dela diziam, não ela própria.

Na campanha teve de se expor, dando-se a conhecer directamente, sem intermediação. E o resultado é francamente decepcionante. Prega a Verdade (assim, com maiúscula) e moralização da vida política, mas afinal tem um comportamento político absolutamente condenável.

Da classificação da Madeira como "bastião da democracia" onde não há "asfixia democrática" (ao contrário do que afirma existir no continente) à inclusão de António Preto nas listas de deputados, Manuela Ferreira Leite tem mostrado prosseguir valores bem distintos daqueles que professa.

Tendo baseado a sua campanha na Política de Verdade, quando esta cai por terra, sobeja muito pouco.

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