Ora até que enfim que o grande jornalista Luciano Alvarez, inimputável defensor da moral pública e pregador de costumes tão nobres como não fumar em aviões fretados, se mostra a nós sob uma outra luz.
Em primeiro lugar, há a lamentar as calinadas graves na língua portuguesa tais como 'conseguir-mos' ou 'pudemos falar'. Depois, o facto de, não podendo falar pelo telefone por temer escutas, este profissional do jornalismo pôr por escrito matéria deste teor. Sim, que tal como Ségolène Royal defendia que cada mulher que voltasse tarde do trabalho para casa fosse acompanhada por um polícia, também o Estado português disponibiliza um controleiro para cada cidadão com idade para usar o telemóvel.
Só estes dois simples exemplos, conhecendo-se o prestígio jornalístico da pessoa em causa, já nos deviam suscitar dúvidas sobre a veracidade do dito e-mail. Mas vindo o director do jornal insinuar que a correspondência interna do jornal tinha sido violada, quiçá se pelos serviços secretos, controlados pelo Primeiro Ministro, tudo nos leva a acreditar que houve correspondência, que afinal terá sido manipulada. Enfim, um enredo digno de uma telenovela venezuelana...
Acho, sinceramente, que, com campanha ou sem campanha, o Senhor Presidente da República nos deve uma explicação. Ou seremos todos ingénuos?
Por isso lhe deixo aqui um apelo para que fale, explique, prove. Senão, passarei a ir para a cama sempre com a sensação de que, enquanto durmo, o SIS, qual Lisbeth Salander, me está a entrar pelo computador dentro e a copiar o disco duro.
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